Com a intenção de corresponder à necessidade de uma maior presença feminina não branca na arte, NIWA anseia a apropriação do ser no âmbito individual, étnico e social e trazer as mesmas reflexões e buscas a quem lhe ouvir. NIWA é nome e sobrenome: nome porque define o indivíduo, sobrenome porque carrega memória, e memória define o coletivo. NIWA também dá nome à artista. Cantora e compositora de raízes japonesas e indígenas, ela lança seu primeiro disco autoral, Araponga. Composto por nove músicas, o álbum abarca em si não só o resgate à ancestralidade, mas também a reivindicação de um futuro apoderado, a salvo do não pertencimento e dos lugares pré-determinados hegemonicamente às mulheres e pessoas não brancas. A proposta vocal-experimental-eletrônica escolhida como espinha dorsal sonora tem como objetivo sintetizar o encontro de todos esses mundos, internos e externos, combinando timbres humanos e não-humanos, vozes cantadas e ruidosas, explorando ao limite novas qualidades e possibilidades da voz e das sonoridades sintéticas. É um convite a um mergulho nas referências musicais e estéticas de uma artista não só brasileira, não só japonesa e não só originária, de uma mulher não só doce e não só raivosa, de uma compositora não só ácida e não só amorosa, de uma cantora não só potente e não só sensível.